Em meio a pressão dos servidores de estado por recomposição salarial, o governador Romeu Zema (Novo) declarou que o Estado não tem como dar um reajuste maior do que o já oferecido. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (8), em café da manhã com jornalistas. Na última quinta-feira (2), o governo enviou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que aumenta em 3,62% o salário de todos os servidores, percentual criticado por ficar abaixo da inflação do ano passado (de 4,52%).
Zema ainda destacou que o Estado possui outras prioridades, e que os recursos estão limitados. Ele citou que aportes em infraestrutura, como melhorias em estradas estaduais, e saúde, como construção de hospitais no interior do Estado, poderiam ser comprometidos se fosse dado um reajuste maior.
"É como um filho que está na loja de brinquedos e pede ao pai para comprar um presente. Se for muito caro, maior que o salário dele, não dá para comprar. Não dá para dar um reajuste maior [para os servidores], senão estaremos tirando de investimentos".
Na segunda-feira (6), Zema já havia falado sobre a pressão dos servidores, e disse que quem achar que o setor público no estado não paga bem pode seguir carreira no setor privado. A declaração foi feita em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Servidores ameaçam greve
Em meio a paralisações e protestos reivindicando recomposição salarial, os servidores públicos do estado já estão discutindo a possibilidade de greve. Professores e funcionários da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), inclusive, já estão em greve desde a última quinta-feira (2). O restante dos servidores da educação estadual vão se reunir no dia 29 de maio em uma assembleia para decidir se vão instaurar uma greve.
A categoria se uniu, na manhã desta quarta-feira (8), em um protesto em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A rua Rodrigues Caldas, na região Centro-Sul, chegou a ficar fechada no fim da manhã, com cerca de 5 mil manifestantes, segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindiUTE). Servidores da saúde e da segurança pública, além de funcionários concursados da Cemig e da Copasa, também compareceram à manifestação.
A segurança pública é outra que vem dando diversos indicativos que de pode aderir à “estrita legalidade”, um tipo de greve da categoria, uma vez que, por lei, os policiais e bombeiros não podem paralisar totalmente. Também conhecida como “operação tartaruga”, esse protesto consiste em fazer apenas o mínimo que exige a lei, tornando todo o serviço público mais lento. A polícia miliar, civil e penal, bombeiros e agentes socioeducativos acusam o governo de não pagar as perdas inflacionárias da categoria há 7 anos, causando uma defasagem de 41% no salário.